"Não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses".

Considerado por muitos leitores como o maior cronista brasileiro desde Machado de Assis, Rubem Braga nasceu em Cachoeiro de Itapemirim/ES em 12 de janeiro de 1913. Iniciou seus estudos em Cachoeiro e, ainda no ginásio, mudou-se para Niterói, onde estudou no Colégio Salesiano. Iniciou a faculdade de Direito no Rio de Janeiro, mas se formou em Belo Horizonte/MG, em 1932, depois de ter participado, como repórter de cobertura da Revolução Constitucionalista naquele estado brasileiro.

Seu primeiro livro, "O Conde e o Passarinho", foi publicado em 1936. Foi correspondente de guerra do Diário Carioca na Itália e escreveu o livro "Com a FEB na Itália", em 1945. De volta ao Brasil morou em Recife, Porto Alegre e São Paulo, antes de se estabelecer definitivamente no Rio de Janeiro. Durante o Estado Novo, foi preso algumas vezes e em diversas ocasiões teve de esconder-se da repressão.

Como jornalista, exerceu as funções de repórter, redator, editorialista e cronista em jornais e revista do Rio, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e Recife. Foi correspondente de O Globo em Paris, em 1947, e do Correio da Manhã em 1950. Em 1953, foi nomeado Chefe do Escritório Comercial do Brasil em Santiago, no Chile. Em 1961, tornou-se Embaixador do Brasil no Marrocos, mas nunca se afastou do jornalismo. Fez reportagens sobre assuntos culturais, econômicos e políticos na Argentina, nos Estados unidos, em Cuba, e em outros países.

Em 1968, com Fernando Sabino e Otto Lara Resende fundo a Editora Sabiá, responsável pelo lançamento no Brasil de escritores como Gabriel Garcia Márquez, Pablo Neruda e Jorge Luís Borges.

Segundo o crítico Afrânio Coutinho, sua marca registrada era a crônica poética, na qual aliava estilo próprio e intenso lirismo provocados pelos acontecimentos cotidianos, pelas paisagens, pelos estados da alma, pelas pessoas e pela natureza.

Escrevia crônicas e críticas literárias para o Jornal Hoje, Rede Globo e faleceu em 19 de dezembro de 1990, no Rio de Janeiro. Conforme seu pedido, foi cremado e teve as suas cinzas devolvidas à sua terra natal.

Fonte: Arquivo Público Municipal de Cultura Sala Evandro Moreira.